sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pagú


Estava casada há três anos e em todo esse período consegui convencer o meu marido a me dar no máximo um pequeno aquário com um pobre peixe Beta solitário, com muito custo tornaram-se dois aquários e dois peixes Beta solitários, que passavam o dia a ser provocar um de cada lado do vidro.
Mas não bastava, sempre vivi com um zoológico a minha volta e não me dei por vencida. Depois de varias tentativas frustradas de se ter um bichinho, (meu marido sempre pedia para aguardar um pouco mais) decidi apelar.
Um amigo me falou sobre uma cadela que havia dado cria em um posto e da necessidade de doar os filhotes , não pensei duas vezes.
─Quero um! De preferência macho, meu marido acha mais fácil de cuidar.
Pedi que o cão fosse entregue para a vizinha e que o meu amigo pedi-se a ela que colocasse o filhote pelo muro do quintal que era relativamente baixo e que quando eu chegasse do trabalho (como sempre antes do meu marido) explicaria toda a situação para os dois.
Tudo estava certo desde que as pessoas agissem da forma exata como eu imaginei que elas agiriam.
Como mesmo quando planos perfeitos tem tudo para dar certo não dão, era quase impossível que uma historia tão louca que contava varias vezes com o ovo no piiiiiiiiiiiiii da galinha desse certo e não deu.
Fiz exatamente o que não se deve fazer em uma adoção consciente, não informei as pessoas que moravam comigo sobre a adoção, (não aconselho ninguém a agir dessa forma), fui tomada pelo impulso e o resultado não podia ser pior.
Encontrei o meu marido na porta de casa segurando uma metralhadora virtual em suas mãos me esperando para o fuzilamento.
─Laura, o que você fez? Que loucura é essa? Você tem noção da sua atitude?
Pois é. Naquele dia ele chegou mais cedo, a vizinha lhe entregou o cãozinho que um estranho lhe dera e que "ele" havia encomendado e disse que caso tivesse sido avisada não teria marcado compromissos para aquele dia já que não poderia deixar o cãozinho sozinho.
Mais um erro grave, envolvi alguém que não fazia parte da minha família em um assunto do qual nem sequer meu marido estava ciente.
O final da historia, ou melhor, o começo, foram horas de conversas sobre relacionamento e a sua base, confiança.
Até esse momento eu não havia chegado perto do cãozinho, quando finalmente ouvi meu marido dizer:
─Já que você fez tudo sem me comunicar e que o que não tem remédio, remediado esta, eu vou escolher o nome. Ela tem cara de Pagú.
─Como assim é uma fêmea??

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Novela mexicana parte 2

Dois dias depois do presente imprevisto já tinhamos nos deparado com o desespero de quem vê cinco pequenas vidas definhando (não tinhamos jeito com o conta gotas e muito menos nos lembrávamos de passar algodão úmindo e morno na barriguinha deles para provocar uma evacuação), mas como o universo conspira a favor em algumas situações inexplicavelmente uma caixa foi deixada no jardim da minha avó, lá dentro três gatinhos e uma linda gata tricolor, não houve dúvidas, dois dias atrás tinhamos apenas um cão de estimação, naquela noite tinhamos além de meu Bandit, uma gata (mãe zelosa), oito gatinhos esfomeados e um pai (o meu) que não acreditava em tudo aquilo.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Pode até ser clichê...


Fico feliz em ver que finalmente a prefeitura começa fazer alguma coisa pelos nossos amigos, não pude deixar de registrar.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O começo de uma novela mexicana

Não lembro exatamente onde tudo começou, mas houve um marco , o dia doze de outubro de 1988, mais conhecido como dia das crianças ou dia de nossa senhora aparecida, estava chovendo e se não me engano era uma quarta-feira, minha mãe foi ao mercado e na volta achou pequenas criaturas se mechendo em cima do lixo dentro de uma caixa de uvas, depois do primeiro susto a Dona KK não teve duvidas levou a ninhada de gatinhos para casa, aquele foi o presente mais inusitado do dia das crianças de que eu me lembro.
Cinco vidas para salvar.